segunda-feira, 8 de maio de 2017

O amor que em mim habita já não cabe,
Por vezes adormece profundamente, fazendo-me crer que não existe mais.
Depois surpreende-me, desperta e revolta-se. Tira-me do sério com toda sua força.
Sei que já não tenho pressa.
Porém, estás gravado na memória da minha pele
Estás aqui dentro e não tenho mais forças para expulsá-lo.
Sei que já não tenho pressa
E deixo-te passear à vontade por minhas terras
Horas tão florida, horas terrivelmente devastada.
Aproveitas para semear as mais belas flores
E foge em seguida, 
Abandonando tudo aquilo que poderiam ser,
Deixando-me um jardim quase morto e terras cansadas.
Afasto-me. Silencio-me.
E nada disto basta.
Está tudo cinzento aqui.
Tanto tempo se passou e ainda tens cada centímetro de mim.
Embora não possa controlar minha mente e arrancá-lo dos meus sonhos,
Luto para livrar-me de tudo que me causas.
Sei que já não tenho pressa
E uma hora haverá chuva e mãos cuidadosas a fazer o que tem que ser feito.
Mas o apego não quer ir embora
Apesar de todo estrago
És quem ainda espero.
Já não tenho pressa
Só me resta, agora, repousar
Nos braços resignados do tempo.


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