
Ela descia as escadas por livre e espontânea vontade.
Embora desejasse que seu coração não tivesse sido extirpado de forma tão brutal, ela acreditava noutra chance.
Bem se sabe que aquele breve amor nada significou neste mundo, que o brilho ofuscou os olhos, que hoje é mais uma das lamentações colocadas no muro.
Ela tomou outro rumo, mas ainda sente por ter perdido tudo aquilo que sempre quis. Sente tanto por NADA. Pelo amor unilateral que jurou ao vento.
"Apesar de mim, você ainda vive aqui dentro.
E não esqueço aqueles olhos apertados com
os quais me acostumei.
Então isso me faz parecer completamente
ridícula, por eu nao superar aquilo que já
me superou de várias maneiras.
Sinto falta da vida, sinto falta do corpo,
sinto muito...
Tanto que já não sinto nada além das
lembranças trancadas em meu coração.
Tanto medo para admitir um meio amor não
superado."
Ela colocou o pedaço de papel na mesinha, dentro de uma garafa, quando terminou de descer as escadas.
Saiu e trancou a porta desejando nunca mais voltar.
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