quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Penetra

As minhas palavras ficam sem graça
Ante ao seu triunfal silêncio esmagador.
Cada vez mais me convenço de que
Realmente quer manter entre nós este abismo.
E se não existe nós,
Não há extroversão, assunto ou idéia capaz de nos aproximar
Ou criar aquele vínculo essencial que gera importância.
Eu, que diversas vezes me incluí no seu mundo,
No seu espaço, na sua vida sem jamais ser convidada.
Silenciosamente, mas esperando permissão tácita.
Eu, que de ti fiz a força motriz de minha vida,
A razão principal para deixar de simplesmente existir
E dar sentido ao meu viver.
A esperança de ter a certeza da existência do 'nós'
Tornou-me impotente.
Morro aos poucos por me importar menos com isso com o passar dos dias
E por ceder ao seu silêncio triunfal todo o vazio de minha alma.
Ela não quer entender que para ti não passo de acaso e estatística,
Que o mérito nunca será apreciado.
Que certas coisas para ela não foram feitas...
Nem para fazer mero jogo de palavras.

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